Debates
sobre agroecologia encerram programação do 1º encontro do Fórum Tocantinense de
Combate aos Impactos dos Agrotóxicos
Dois painéis temáticos
marcaram o encerramento da programação do 1º Encontro Estadual do Fórum
Tocantinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, realizado nesta
quarta-feira, 21, na sede do Ministério Público Estadual, em Palmas. No período
da tarde, os debates concentraram-se nos impactos dos agrotóxicos na saúde
humana, a importância da agricultura orgânica e a produção de commodities sem o
uso de agrotóxicos.
O bioquímico e mestre em
saúde coletiva pela Universidade Federal do Mato Grosso, professor Jackson
Barbosa, proferiu palestra sobre o desenvolvimento agrícola brasileiro
sustentado no uso de agrotóxicos e os impactos na saúde humana. Barbosa citou
uma série de doenças humanas desenvolvidas pelo consumo de agrotóxicos
presentes nos alimentos e ainda fez duras críticas sobre como os meios de
comunicação fortalecem a visão romântica sobre o agronegócio. “Agronegócio não
produz alimento para o Brasil. Produz recursos para exportação. O agronegócio é
uma estratégia de morte de todas as formas de vida existentes”.
Na sequência, a engenheira de
alimentos Crislane Maria da Silva Bastos fez uma análise sobre os resíduos de agrotóxicos
presentes em alimentos comercializados no Tocantins e a atuação da vigilância
sanitária. “Os estudos provaram que 16% das amostras coletadas entre os anos de
2013 e 2015 foram consideradas insatisfatórias para consumo. No caso da alface,
por exemplo, mais de 40% da produção analisada possuía índices de agrotóxicos
acima do limite permitido”. A principal irregularidade encontrada foi a
utilização de agrotóxicos não autorizados.
Já no painel temático sobre
agroecologia, o professor doutor Paulo Marçal, da Universidade Federal de
Goiás, abordou sua experiência com manejo integrado de pragas em
cana-de-açúcar, tomate, pastagens e pragas de solo. Há 12 anos Marçal atua como
produtor orgânico, valorizando um processo de produção seguro, alimentos com valor
nutricional, qualidade sensorial e isento de contaminações. “A agricultura
orgânica é real e possui delimitação legal”.
O professor doutor Paulo
Henrique Tschoeke, da Universidade Federal do Tocantins, abordou pesquisas
sobre produção sustentável de plantas tropicais e serviços ecossistêmicos, com
ênfase em polinização e no impacto de pesticidas sobre polinizadores.
Encerrando as palestras, o
engenheiro agrônomo Antônio Humberto Simão, auditor fiscal do Ministério da
Agricultura, falou sobre os mecanismos de controle para a garantia da qualidade
orgânica.
O coordenador do Fórum
Tocantinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Procurador de Justiça
José Maria da Silva Júnior, destacou a importância do evento para o
amadurecimento dos debates no Estado do Tocantins. Ele também apresentou uma
carta aberta às autoridades e à sociedade, com os principais pontos abordados
no encontro e com proposições para investimentos em pesquisas, redução do uso
de agrotóxicos, incentivo à produção orgânica e aumento da capacidade técnica e
financeira dos órgãos de controle e das instituições de atendimento em saúde. ( fonte Ministério Público do Tocantins)
Na oportunidade a secretaria municipal de Meio Ambiente de
Miranorte enviou técnico para participar do referido debate lembrando que
Miranorte foi Recordista em recolhimento de vasilhames de agrotóxicos pois as
lavouras de abacaxi existente no Município é quem mais utiliza agrotóxicos